quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

"És Feliz?"

Adoro ver o entardecer, aquele frio que diz “encosta-te a mim” e aquele céu azul, de uma dimensão inatingível aos nossos olhos. Aquelas nuvens brancas e finas que riscam o céu, e lá ao fundo, vê-se o céu riscado por nuvens cor-de-laranja. As folhas caem bem coloridas, arrastadas pelo vento. Vejo aquelas luzes de natal: verdes, amarelas, vermelhas. Eu prefiro as azuis. Aquelas luzes que sorriem e dizem: está na hora de ser feliz! Observo atentamente e ao mesmo tempo descontraidamente. É tão suave. Não passa ninguém, talvez porque naquele momento não ouvia nem via ninguém. Lembrei-me então de uma pergunta que me haviam feito numa aula desse mesmo dia: “És Feliz?” Eu não respondi, como não tinha certezas... Então vinha no caminho para casa e perguntava-me a mim mesma, “sou feliz?”. Parei, sentei-me, peguei numa pedra e pensei outra vez. “Sou Feliz?”. Tentei chegar a uma resposta, pensei: “Não tenho tudo, mas também não me falta nada. E amigos? Eu não sei se realmente tenho amigos... Tenho colegas e conhecidos, e pessoas simpáticas e divertidas com quem passo alguns momentos, mas na verdade, acho que não tenho amigos.” A verdade é que, se não tenho amigos, não tenho nada. Tenho um futuro a menos de metade, uma rotina que parece interminável e inquebrável, porque me roubaram a magia de viver. Quando deixo que todos possam fazer parte do meu mundo, todos entram, todos viram, todos remexem, todos mudam, e depois, desaparecessem. Desaparecem como se nunca tivessem existido verdadeiramente. Todos tomam outros rumos, e eu... Eu na verdade só queria voltar a ter a minha magia. Eu, só queria ser feliz e poder voltar a confiar. Outra vez.

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